a escolha do meu perfume

Gustave Courbert (1819-1877)
Colecção Rau
Museu Nacional de Arte Antiga
Lisboa
até 17 Setembro
Procuro os cheiros.
Faço as somas em dias de chuva e noites de verão.
Encontro o odor que é a memória certa.
Daquele riso espontâneo.
Aquele mesmo,
que me encurtou o caminho de uma chegada.
Depois.
Agarro-me às mãos.
Faços das carícias,
os desenhos de um longo sono,
de um brilhante grito.
O perfume agarra-se.
E eu sei.
Não fui eu quem o escolheu.
A minha pele descobriu-o.