sábado, fevereiro 25, 2006



Acordei com a sensação de despedida.
Tudo estava igual. Menos eu. Sabia das imagens, dos tempos, dos espaços entre os meus passos, menos o que será depois daqui.
Despedi-me entre as lágrimas de uma ânsia. Nada será igual.
E tive saudades do que há. Meu pai veio dizer-me que tudo está a correr bem.
Agradeci-lhe a visita.
Sei que serei feliz.
"Azul" K. Kieslowski (1993)

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

SYRIANA

São os dias que correm que nos obrigam a pensar
pra além das notícias.
O cinema também dá outras respostas e Syriana...
vai em busca das menos óbvias.

Sendo pura ficção,
Syriana dá conta do mundo real dos negócios do petróleo
no Médio Oriente...
o envolvimento da CIA na estratégia americana na zona...
e depois... o que disso... se retira para a História da Humanidade.

Bryan é um financeiro americano que se desloca ao Médio Oriente para consultoria.
Depois da morte ingrata de um filho,
é contratado por um dos principes sauditas para mudar o rumo da história.
Nasir, herdeiro do trono, planeia afastar os americanos da Arábia Saudita,
de forma a acabar com a dependencia do seu país.
Mas, apresentado como homem perigoso para a paz mundial,
entra na lista, a abater, da CIA.

Entra então em cena um veterano da agência,
Bob Barnes, o ex-operacional no Médio Oriente acaba por falhar o alvo
e como a curiosidade não mata só gatos,
descobre que a sua missão só servia os mais interesseiros americanos... pelo petróleo da Arábia.

E numa espécie de momento da verdade
Bryan, Bob e Nasir cruzam-se no meio do deserto,
na altura em que um missil americano resolve... mais uma vez...
o futuro do Médio Oriente.

Syriana provoca qualquer espectador nem que seja pla actualidade do tema.
Três nomeações para óscares, com destaque para
Melhor actor secundário, George Clooney que engordou 18 kilos para o papel,
e melhor argumento original escrito plo realizador Stephen Gaghan.
Ainda com os actores Matt Dammon, Christopher Plummer e William Hurt.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

"O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
Eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar, que eu amava quando imaginava que amava.
Era a tua a tua voz que dizia as palavras da vida.
Era o teu rosto.
Era a tua pele.
Antes de te conhecer, existias nas árvores e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
Muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."

José Luis Peixoto

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Escrevo-te agora porque sei que o fiz nos anos da espera, no tempo do silêncio. Escrevo-te agora porque sei que te digo o lugar onde estou. Escrevo-te agora porque se não for noutra vida, que seja nesta.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

... e o que digo está tão longe
como o mar está do céu...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Gabrielle


Um sinal a luz vermelha de quem rebenta pelo sitio certo.
Num segundo,
leio-me o coração.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006



Deixei-me ir numa subtileza de imagem, sabendo que o intocável é sempre o mais puro. Em Brokeback Moutain, o amor se diz por entre os silêncios. Dois homens que se amam de dor e a memória que ultrapassa a rigidez.
Até ao final do filme, esperei por um lugar comum, um sítio fácil, mas nunca me deixou agarrar a um fio de quotidiano. Esperei e até ao fim e apenas as águas do rio me diziam que a minha vida também se esgota. E por fim, caí do céu. E lembrei o amor.
Em tons de agonia.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

um segredo...



Eu achava-me esquisita
até ver um retrato cinzento
e um beijo rasgado
na boca transparente.